segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Homem paga por placa de carro o equivalente a R$ 25 milhões


Saed Abdul Ghaffar al-Khouri (à direita) posa com a placa de automóvel com apenas um dígito que arrematou em um leilão beneficente em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Ele deu um lance de 52,2 milhões de dirhams (cerca de R$ 25 milhões) pela placa, que se tornou a mais cara já registrada no mundo.

"O valor não é tão alto comparado com a fortuna da minha família", disse Al-Khouri, em entrevista para a agência de notícias France Presse. "O preço é justo.

Afinal, quem não deseja ser o número 1?", completou ele.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Ministério da Justiça aciona VW por problema com Fox


O caso dos problemas com a peça do rebatedor do banco traseiro do Fox, que originou acidentes graves com alguns proprietários do veículo da Volkswagen, chegou ao Ministério da Justiça. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do órgão do governo federal instaurou nesta terça-feira (12) processo administrativo contra a Volkswagen do Brasil Ltda.

A montadora terá dez dias, a partir de quarta-feira (13), para apresentar a sua defesa.

A assessoria de imprensa da Volkswagen informa que ainda não recebeu nenhuma notificação do Ministério da Justiça e afirma que a empresa irá prestar todo e qualquer esclarecimento que for solicitado por órgãos de defesa do consumidor.

De acordo com o ministério, se for comprovado que a Volkswagen vendeu carros com peças que trazem risco à saúde e à segurança do consumidor sem que tenha realizado recall quando foi notificada pelos usuários do defeito, a empresa poderá receber uma multa de até R$ 3 milhões.

"É um fato grave a empresa se recusar a fazer recall", afirmou o diretor do DPDC, Ricardo Morishita. De acordo com o artigo 10 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), o fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos compradores, mediante anúncios publicitários em jornais, rádio e televisão.

A Volkswagen havia afirmado anteriormente, em comunicados enviados à imprensa, que é segura a operação do sistema de rebatimento do banco traseiro do Fox - que se constitui em afastar ou aproximar o encosto do assento traseiro para aumentar ou diminuir o tamanho do porta-malas - desde que sejam seguidas as instruções contidas no Manual do Proprietário.

Na segunda-feira (11), a empresa passou a disponibilizar um anel de borracha para ser instalado no cabo de tração para destravamento do encosto do banco traseiro, cobrindo totalmente a argola de metal que fixa esse cabo.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Dodge ZEO - esportividade e responsabilidade ambiental






Durante o último Salão Internacional do Automóvel de Detroit, que aconteceu entre os dias 19 e 27 de janeiro, a Dodge exibiu seu “poderio” em energia alternativa para os veículos do futuro. O melhor exemplo foi a apresentação do carro-conceito ZEO (Zero Emissions Operation – Operação sem Emissões), um coupé 2+2 movido exclusivamente por energia elétrica. Todo o projeto de desenvolvimento do veículo foi orientado de forma a atender as necessidades de um estilo específico de consumidor.

De acordo com a própria Dodge, o conceito ZEO é voltado aos "entusiastas", que são menos orientados à família, têm desejo por características que remetam à alta tecnologia e dão menos ênfase à pura praticidade. Apesar de exibir uma "necessidade por velocidade", ostentam também responsabilidade ambiental e global. "O conceito Dodge ZEO é projetado para quebrar o paradigma sobre a aparência de um carro elétrico", diz Bill Zheng, principal estilista do exterior do conceito. "Um carro elétrico pode ser tão expressivo quanto qualquer veículo movido a gasolina. O conceito Dodge ZEO prova isso", acrescenta.

O coração elétrico

O destaque do veículo é seu sistema de propulsão. Totalmente elétrico, opera com um conjunto de baterias de 64 kWh de lítio-íon capaz de dar ao modelo autonomia para rodar até 402 km. As rodas traseiras são tracionadas pelo motor elétrico de 268 cv SAE, que contribui para a aceleração de 0 a 96 km/h em menos de 6 segundos.

Ousadia no desenho externo

A inovação com a utilização de energia alternativa também norteou o design do conceito. Os pára-lamas exibem recortes robustos que complementam a linha de cintura alta. Atrás, a coluna C, de ângulo reverso, está localizada diretamente sobre o arco da roda traseira. Já as colunas A curvam-se para dentro de trilhos estendidos do teto. O vidro do pára-brisa segue linha curvilínea até a traseira do carro, dando aos passageiros dianteiro e traseiros maior visibilidade.

Outro detalhe interessante inclui as portas tipo "tesoura", que deixam amplo espaço livre para entrada dos ocupantes. "A barra transversal iluminada da grade é projetada para comunicar o uso de eletricidade como a fonte de força do ZEO", diz Zheng. Além disso, as rodas de aro 23 polegadas garantem mais robustez ao visual.

Tecnologia ‘abraça’ o interior

Inspirado por formas orgânicas e tecnologia sem fio, o interior do ZEO está carregado de novidades esperadas por compradores jovens. "O conceito Dodge ZEO é um exemplo de projeto para pessoas que estão acostumadas a um estilo de vida dinâmico e que estão cercadas de informações e amigos virtuais o tempo todo", diz Lou Gasevski, principal estilista do interior do conceito Dodge ZEO.

Em vez de um painel de instrumentos convencional, o volante, a coluna e os instrumentos são tratados como um único elemento de estilo independente. O volante do conceito Dodge ZEO tem dois raios verticais, que deixam 80% do aro "aberto" para visibilidade máxima. O cubo central retraído, contendo o air bag do motorista e interruptores auxiliares, é estacionário, com o aro do volante girando em volta dele. Teclas posicionadas à direita e à esquerda logo atrás do aro do volante ativam as funções remotas do rádio.

Para o conforto dos ocupantes, os quatro bancos individuais oferecem almofadas nos assentos e encostos. Quando estão na posição mais baixa, os finos protetores de cabeça encaixam-se com perfeição no topo dos encostos. As conchas dos assentos são de alumínio fresado, com telas de vídeo integradas à parte de trás dos encostos dianteiros. Uma estreita linha de LEDs azuis nas portas e laterais leva ao painel traseiro, destacando o efeito de fluência.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

VW FOX (assassino). Oito donos do carro da Volkswagen perderam parte do dedo


O primeiro carro do químico Gustavo Funada, de 58 anos, morador de São José dos Campos, São Paulo, foi um Fusca 1972. De lá para cá, Funada já foi proprietário de um Passat, uma Variant, um Gol e uma Kombi – todos carros da Volkswagen. Em dezembro de 2004, a afinidade de Funada com a marca alemã se transformou em trauma. Quando tentava ampliar o espaço do porta-malas de seu Fox, Funada teve parte do dedo médio da mão direita decepado. “Fui rebater o banco para guardar compras. Como não achei a alça, puxei uma argola com o dedo e empurrei o encosto, que desceu com violência. Foi uma dor intensa. Quando percebi, a ponta do meu dedo estava caída dentro do porta-malas”, diz.


Rebater o banco traseiro do Fox não é uma operação complicada. O usuário deve puxar uma pequena alça flexível que fica presa a uma argola de metal na parte inferior do encosto. O problema é quando alguém ajusta o dedo na argola, como fez Funada. Ao ser destravado, o mecanismo aciona uma mola que puxa a argola para dentro, prendendo assim o dedo do usuário (leia o quadro ). Nos últimos três anos, pelo menos sete pessoas, além de Funada, dizem que perderam parte do dedo assim. Um nono usuário, o pecuarista Antônio Félix de Souza, de Goiânia, Goiás, afirma que teve a mão esquerda gravemente atingida ao tirar um dedo da mão direita da argola. Segundo ele, o banco parcialmente suspenso caiu sobre sua mão esquerda, apoiada no assoalho. Souza conseguiu reconstruir três dedos esmagados e recuperar os movimentos.

Para a advogada Maria Inês Dolci, coordenadora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, há dados suficientes para que a Volkswagen convoque um recall. “Pela quantidade de pessoas prejudicadas com o mesmo problema, o recall já devia ter sido feito”, diz. Em mensagem enviada por e-mail, a assessoria de imprensa da montadora diz que a empresa estudou todos os acidentes e concluiu que o sistema está de acordo com as normas de segurança. O recall foi descartado. “Os procedimentos do manuseio do sistema de rebatimento encontram-se descritos no Manual do Proprietário”, diz.

A pedido de ÉPOCA, o engenheiro Márcio Montesani, diretor do Núcleo de Perícias Técnicas de São Paulo, analisou o rebatimento do Fox. Especialista em perícias automotivas, ele critica o sistema e o manual: “Há erro de projeto. O dispositivo induz o usuário a colocar o dedo instintivamente na argola, o que pode resultar em mutilação. E o manual deveria prevenir sobre falhas na operação. Dizer como proceder na ausência da alça”.

“Não é possível sofrer esse tipo de ferimento no Fox europeu”, diz engenheiro

De acordo com Montesani, o Fox exportado para a Europa tem um sistema mais seguro. No lugar da alça e da argola, há uma alavanca de metal paralela à base. “Não é possível sofrer esse tipo de ferimento no Fox europeu”, diz. A Volks afirma que as diferenças são decorrentes dos aspectos técnicos e legais de cada mercado: “Na Europa, o veículo é concebido para quatro lugares, enquanto nos demais países é para cinco. Nesse sentido, pode haver diferentes conceitos de produtos”.

Desde 2004, Funada passou por quatro cirurgias para recuperar a sensibilidade e até hoje relata dores. Ele diz que demorou cinco meses para chegar perto do porta-malas novamente, mas não se desfez do carro: “Não o vendi por medo de mais alguém se machucar”. Dos nove feridos entrevistados por ÉPOCA, só dois ainda não entraram na Justiça contra a montadora: o servidor Marcos Aurélio Dias, de Suzano, São Paulo, acidentado no dia 19 de janeiro, e o técnico de som Pedro Saldanha, do Rio de Janeiro. “Pior que a dor física é a sensação de perder uma parte do corpo”, afirma Saldanha. Os dois disseram que irão à Justiça.

Matéria da Revista Época - Edição nº 507